domingo, 14 de outubro de 2012

«Cultura é resistência» junta milhares de pessoas

Portugal está de pantanas. Entre cortes e mais cortes, políticos em guerra, despedimentos e o mundo que se esquece da nossa grandeza, ainda existem pessoas que tentam e voltam a tentar fazer as maiores manifestações.
Há semelhança da manifestação do passado 15 de Setembro que reuniu em Lisboa, e no resto do país, milhares de pessoas, este sábado 13 de Outubro voltou-se a reunir no centro de Lisboa uma multidão que gritava que «cultura é a alma de um povo», já dizia Fernando Pessoa.
As palavras de ordem de Zeca Afonso voltaram a ecoar num pais que está de pernas para o ar, mas os grandes políticos e governadores deste país parecem continuar sem lhe dar ouvidos e sem ouvir o povo que lhes paga as viagens, os almoços e jantares e até os bons carros. No espírito das mais recentes mobilizações populares, profissionais do mundo da cultura juntaram-se aos populares sob o lema «Que se lixe a troika! Queremos as nossas Vidas» para um grande evento cultural.
A cada dia que passa há uma nova percepção da grave situação em que se encontra o país, sendo urgente a necessidade de outras perspectivas. A cultura é imprescindível para a consciência de um povo, e é essa própria consciência que por sua vez cria e dá conteúdo à cultura.
O 13 de Outubro foi um protesto internacional, o Global Noise, onde a iniciativa se inseriu, fazendo deste dia um marco histórico e cultural, trazendo da rua para a arte e da arte para a rua toda a energia que as percorre.

Em Lisboa, cerca de 10 mil pessoas assistem pacificamente aos concertos do protesto «Cultura é Resistência», na Praça de Espanha.
No norte do país, no Porto, o protesto teve como recurso tachos e panelas para que assim o som ensurdecedor chegasse aos ouvidos de quem não quer ouvir.
Por Braga, cerca de 600 pessoas estiveram contra os cortes na Cultura, «sem cultura o homem transforma-se em cão».
Em Coimbra, existiam canções, coreografias e tacholadas, integrando-se no protesto nacional «Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!».
Em terras alentejanas, a canção «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso, marcou o a manifestação cultural contra as medidas de austeridade.
No ponto mais a sul do país, Faro, 300 pessoas juntaram-se e marcharam por várias artérias da cidade.

O movimento « Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!» promete continuar a reunir milhares pessoas por todo o país e não baixar os braços, dando luta e fazendo-se ouvir ainda mais.




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