terça-feira, 14 de maio de 2013

Entre a vida e a morte

E se um dia, numa altura fulcral da nossa vida nos dessem um segundo apenas para escolher entre a vida e a morte? Se não houvesse tempo para pensar no certo e errado, no bem e no mal, no melhor e no pior, no amor e no ódio, na vida e na morte? Se num piscar de olhos o mundo avançasse mais rápido do que é suposto e não houvesse tempo para pensar em nada, o que faríamos?Por mais que tente parar, enquanto há tempo, e pensar, as respostas falham-me no meio das mil e uma questões que se amontoam. Tanta pergunta se resposta, tanto pensamento, tantos sentimentos. 

O cérebro paralisa. 

Foi assim que te sentiste, com uma criança ainda por nascer dentro de ti e teres de escolher no último segundo entre a vida e a morte de um, depois do esforço e do cansaço de uma noite de tentativas de parto. 
A angústia, o desespero, o medo da vida e da morte, o pânico, o pavor, o ódio pela falta de respostas e o amor por um coração que bate lá dentro e quer sair para te ver sorrir ainda! 

Coragem. 

Faz parte do teu nome, sem qualquer sombra de dúvida cada inspiração tua traz coragem e cada expiração faz de ti mais guerreira. 

Entre a vida e a morte escolheste a vida: dos dois!

Por mais que te puxassem para o outro lado, o amor de uma vida puxava-te para um coração exaltante por ter nos braços o primeiro filho. 
Não me lembro, mas gostava de o fazer; de me lembrar do teu primeiro sorriso para mim, tal como me lembro da conversa que já tivemos sobre eu vir ao mundo. Tão desejado e tão amaldiçoado. 
No fundo tu sabias, eu ia nascer guerreira como tu, querias isso por mais que a vida te custasse, tu querias ensinar-me, mesmo quando ainda só ouvias o bater do meu coração, que há que lutar por tudo aquilo que mais queremos, com que sonhamos e que mais amamos independentemente das mil vezes que temos de cair e das provas todas que temos de superar. 

Amor.

No céu as estrelas mais brilhantes acompanham-nos e olham-nos lá de cima: a nossa maior força; na terra somos acompanhadas desde o primeiro segundo em que quiseste mostrar a tua força pelas pessoas que mais nos amam mesmo quando estamos a morrer e nos agarram a mão quando já estamos moribundas e senti-mos: eu consigo outra vez. 

- A ti, minha força da Natureza, que sempre te vi lutar e que sempre me ensinaste a ir à guerra desde sempre, Mãe: Obrigado

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